sexta-feira, 17 de julho de 2009

que se guarda, e se perde...

É quase como comprar uma roupa linda e colorida, que faz você se sentir bem; e não usá-la com medo de gastar.
Ela fica lá, guardada, ávida ao toque da pele, enquanto você se conforma com o pretinho básico e, seguro, segue em frente na certeza de que numa ocasião especial, sempre terá algo mais interessante e apropriado para vestir.
Eis que a ocasião oportuna chega de surpresa.
Você se anima e, corre ao armário, àquele cantinho das coisas importantes; separa a roupa em cima da cama, toma banho, se perfuma, se prepara, se imagina. E então a veste, ou quase...
Ela não serve mais!
Talvez um pouco gordo, talvez sério demais, talvez corajoso de menos, certamente mais triste.
Então, despido da ilusão do tempo, em vão, você deseja atrasar o relógio alguns meses.
Se antes pra você não servia, hoje você não serve mais.
O tempo passa impiedoso.
E você pode até atrasar o relógio, mas teu próprio corpo dirá que alguns medos, te deixarão marcas que nem plástica dá jeito.
Revoltado com o tempo que passou, você põe a roupa na pilha para doação, na tentativa de se desfazer daquela prova irrefutável de uma possível felicidade que passou.
E quando então você percebe, que enquanto se revolta e se deprime com o tempo, ao invés de tentar reparar ou ajustar alguns pontos, a pilha de doação se foi, e agora, outro usa aquela roupa, a felicidade, em seu lugar.
Uma pena....

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