terça-feira, 30 de junho de 2009

Grito inaudível de uma noite que queria ser uma tarde de domingo...



Meu pai diz que minha personalidade é forte, e que eu encanto feito o sol, que sem cuidados, queima.
Minha mãe me admira, fala que se tivesse minha idade de novo, gostaria de ser como eu.
Eu nunca escondo o que penso, procuro ir atrás de meus sonhos.
Tenho 21 anos, já consigo ganhar parte do meu dinheiro, sei o que quero da vida agora, mas também sei que sucesso não significa seguir pro resto da vida a primeira decisão.
Tenho muitos amigos, sou amiga da minha irmã!
Eu amo meus avós!
Tenho duas cachorras, mas perdi há alguns anos a "minha" cachorra!
Tive/tenho uma boa infância, posso olhar para traz e lembrar boas histórias.
Minha risada é engraçada, daquelas que atingem picos bizarros, que fazem com que as pessoas ao redor me olhem em silêncio, antes de caírem na gargalhada.
Eu sou bem brava, amo solenemente polêmicas e discussões. Argumento bem, pelo menos enquanto não estou gritando verdades, que as pessoas com quem estou discutindo merecem, mas não deveriam ouvir, pelo menos não de mim.
Eu sei pedir desculpas, sei assumir meus erros, e fico bastante envergonhada.
Eu já errei um monte, já bebi demais, já magoei pessoas que eu amo, já me decepcionei comigo mesma.
Já chorei, já chorei muito, tanto que cheguei a me sentir seca por dentro, já chorei até não conseguir mais. Mas eu sempre acho razões que me umedecem os olhos.
Ahh, a chuva...
Tenho medo de nunca ter filhos, tenho medo de nunca me casar, e sempre que me pego pensando nisso, faço graça comigo mesma, digo no espelho que sou tão completa que não poderia ter uma metade vagando por aí, prestes a me fazer feliz. Mas aí vem a umidade aos olhos, a chuva, enxurrada que leva meu sorriso pra lá...
Eu já abracei alguém tão forte, e por tanto tempo, a ponto de me sentir segura, e no lugar certo. Mas isso faz tanto tempo... Essa lembrança lava o verde em meus olhos e faz nascer alguma esperança por um segundo.
Me acho parecida com meus pais, e me orgulho disso.
Tenho muitas metas, não me importo em alterar caminhos, gosto de mudança, eu não gosto de parar.
Coincidências me perseguem, e eu sempre acho que elas são sinais que eu não consigo interpretar. Eu as amo quando elas acontecem, sinto-me especial! Mas as odeio com toda força quando vejo que nada significam pra mim, sinto-me enganada por minha própria imaginação.
Sempre que me apaixono, sinto que nunca poderia ter gostado mais de alguém, eu não me apaixono fácil, mas me apaixono muito e, intensamente.
Encaro a vida como um constante abismo, o qual a gente nunca deixa de cair. Tenho medo de acabar de cara no chão, é claro. Mas sei que não haveria tempo pra tanto. O precipício é dos grandes!
Tenho medo de não ter tempo pra tudo, sei que já devia ter viajado mais, sempre acho que não falei tudo o que queria para as pessoas que gosto.
Quando gosto de alguém, não sei ser engraçada, eu não sei fazer comentários inteligentes, não sei ser encantadora, sedutora, eu nunca sei ser, não consigo lembrar boas histórias, não sei a hora de parar de falar... Quando gosto de alguém, eu não sei ser eu mesma!
Eu estava chorando quando comecei a escrever, fiquei tentando achar motivos pra parar, mas não dá!
Então percebi.
Assim como flores precisam da chuva para desabrochar, meus olhos precisam de lágrimas para expressar!
E o choro agora é de alegria, e o momento é bom.
O que começou com angústia, terminou com solidão, a mais linda solidão.
Por que é depois da tempestade que vem a bonânça.
Um sorriso sincero me escapou, e eu agradeço por este ser só meu.
E agora me vejo numa varanda, com um caderno de desenho com uma coisa "riscada", e um grafite nas mãos. Penso que se alguém chegasse, ao menos existiria a possibilidade de eu tirar-lhe um pensamento a favor de meu ego: "Oh, uma artista emocionada!"
Olho pra "coisa" rabiscada no branco e, choro de rir da minha capacidade de ser patética.
Lembro que sou fotógrafa, e que gosto de escrever.
E registro o momento.
Já com os olhos secos, me levanto, eu ajudaria minha mãe com almoço agora.
Ahh, se hoje fosse domingo...

um brinde!

Um brinde às palavras embriagadas, e às afogadas em lágrimas!
Coisa engraçada...
Eu brinco com o copo, digo que vou tombá-lo.
Ele pede reforço, diz que vai me virar!
Mas essa eu ganhei.
O próximo, por favor!
Só não esqueçamos de brindar...

...

Já no avesso, eu mostro que sou o reverso daquilo que ele esperava.
E se reverso é o contrário de verso, então digo que eu sou verso da poesia que ele mesmo criou.
E ele sabe disso, por isso teme...
Mas eu peço que tenha calma.
Eu tô aprendendo com as minhas próprias linhas! Que apesar de serem reverso, não deixam de ser continuação...
Você me mostrou a direção, o caminho é comigo!
Por isso não tema, cada um tem as linhas que merece.

Agora brindemos!

por culpa dos que crescem sem saber brincar...

Quis tentar trocar sorrisos, como quem troca figurinhas pra se divertir, pra só aumentar dos dois lados!
Que besteira!
Perdi o meu, e fiquei sem o teu.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

eu, prisão de mim



Um dia eu sorri sincero, e me disseram que o meu, era o sorriso mais bonito que existia!
Mas acontece que agora, sorrindo, eu só sei contar mentira...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

que não se esconde, e continua, mesmo quando a razão manda o contrário

Só então percebi o meu vício pelas linhas, cada vez mais.
Mas talvez seja nisso que se resuma afinal, a minha vida, num preencher de linhas.
E é certo que pulo páginas, arranco folhas, rasuro palavras, mas no papel, em algum lugar por aí, restará para alguém, os indícios de uma vida escrita, das minhas linhas vivídas...
E eu me divirto pensando nisso.
Então, à quem me lê, se é que alguém faz isso, aqui vai uma dica, minha leitura deve ser feita lentamente, e com pausas certas para respiração. Em vida, acho que é esse o meu problema, desconheço as vírgulas, eu não sei a hora de parar, não sei virar a página, eu só quero continuar.
Eu não acredito em final feliz.
E é claro que tenho uma boa expliação pra isso, mas por hora, deixo aqui um ponto final.
É que eu preciso praticar...

terça-feira, 23 de junho de 2009

que morre e nasce a cada instante..



Quando acordei, de alguma forma eu sabia que aquele seria um dia estranho.
Não demorou muito e, um acontecimento banal, tão comum na minha corriqueira aceitação, me borbulhou a mente, até então anestesiada.
Com raiva, bati aquela porta com tanta força, que a casa toda tremeu, e em segundos, desabou.
Muda, temi ter posto abaixo os tijolos de uma personalidade recém-construída.
Pois vi, que em instantes, nem mesmo meus alicerces foram capazes de conter aquele sentimento brutal que me tomara.
Fechei os olhos pra não ver aquilo que por tantas vezes, tentei deixar do outro lado da porta. Mas as paredes em ruínas já não encobriam mais nada. Eu estava então, só, camuflada na destruição de um cenário encantado.
A casa estalava compassada com o pulsar de meu coração, cada vez mais forte.
Com as mãos no rosto, por um vão entre meus dedos, arrisquei um olhar vago.
Uma luz amarelada me cegou de imediato, e me atordoou um pouco, até que minhas retinas se acomodaram.
E foi aí, que um milagre aconteceu.
Destruída, a casa teve seus cômodos todos expostos.
E a mesma luz amarelada, que me tocou os olhos, pode tocar cada pedaço daquela casa destroçada. Eu já não escutava mais nada. E mesmo que eu não estivesse sozinha, e por algum motivo minha voz me importasse, eu não falaria uma só palavra.
Fiquei horas contemplando o caminho da luz sobre os escombros, iluminado aos poucos, mas consistente; e imaginando o que aquilo tudo significava.
Passei meses procurando novas casas e respostas para o tal acontecimento.
E embora eu continue, ainda hoje, sem qualquer conclusão concreta, estou certa de que fui mudada.
Eu, hoje, edifico meu comportamento todo em liberdade. Sou minha própria morada, o refúgio da então constante fuga de mim mesma, eu sou, sou meus defeitos e minhas qualidades. Acredito que flores nascem o tempo todo, não só em vão, mas nos vãos onde são necessárias. Entendi que a minha vida, não é só uma questão de "as coisas como elas são", mas de como determino que meu olhar as veja.

Flores sempre nascem onde são necessárias, eu as vejo.



terça-feira, 16 de junho de 2009

o moinho








































O moinho abandonado é uma fábrica extinta nos anos 60, que há uma década virou morada de pessoas sem opção.
Quis conhecer, eu fui, eu vi, passei, eu vi.
Um gato que grita um cheiro triste, que sangra os olhos a navalha, que dorme em compensado, que vê luz na gambiarra, que vive entre uma gente que duplica de dois em dois anos, que tá invisível na cidade e é embalada por trilho de trem.
Nesse moinho não se sabe ao certo o que se mói, ou quem é moído. Mas é certo que mói gente, esse pó entorpecente. Mói os laços e a própria fé, que só renasce ao nascimento.
Nessa favela a criança que nasce renasce a mulher.
Lá tem um cachorro que já não late, embriagado na vida que não escolheu, mas que entende o que família é.
Abaixo, nossa maneira de resumir e compartilhar sensações e sentimentos..
[ Favela do Moinho - Bom Retiro - SP / maio e junho de 2009 ]

segunda-feira, 15 de junho de 2009

traçado único

Se eu te ofereço aqui, tímidos versos, é porque meu olhar, acrescido do seu, deixou vazar sinceridades desconhecidas até mesmo por mim.
Se são tímidos, é porque tenho medo, medo de provocar uma combustão catalisada por palavras inventadas, que tentam achar sentidos e significados pra você.
E elas chegam perto da vontade de ter, e me torturam, estilhaços de mim que tentam rasgar minha própria natureza, quase me prendem.

Mas eu cicatrizo tão rápido quanto amo.

Se te assustei assim, com um amor precipitado, tanto quanto inusitado, veja agora, o quanto meu medo deve ter sido maior.
Mesmo assim segui em frente,
Eu me refaço num instante.

terça-feira, 9 de junho de 2009

a fotografia dela

As mãos buscam o invísivel,
Os pés desecrevem a agonia de estar parado,
Nos olhos explode a sensação do momento,
e projetam o único movimento da cena.
Que desencadeia o som,
De um coração errante,
Que por ser vivo bate, tanto, que lateja na dor.
Mas que em momento algum desiste, do precipício do amor.
E que entre alguns intervalos, vive na plenitude de um sabor,
De quem decide viver com o risco do amargo das faltas, mas na certeza de si.

De quem precisa do sol, e tem a lua como amante.

Isso está longe de ser o meio termo, o lado indefinido de tudo aquilo que pode ser.
É esse o extremo do querer, do querer tudo ao mesmo tempo.
E fazer.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O cinzento das nuvens vem molhar meus olhos nesse instante. E é incrível a capacidade desse amarelo saturado de me tocar a alma,ou eu que ando emotiva demais.. Esse véu transparente, de repente, na minha janela, é enxurrada que leva meus pensamentos pro mar. Emaranhado de tortuosas sensações, é no que se transforma esse meu momento. E então, a paz, tão inesperada quanto a cor desbotada na janela do meu agora, que mesmo na falta me encanta. Já não sinto dor, sinto o vento soprando meu corpo para caminhos desconhecidos. Já não sinto o amargo da ausência em minha boca, sinto-me apenas. Já não sinto o abismo entre minha normalidade e minha loucura, sinto cores explodindo em meu peito e se transformando numa trança colorida que envolve essa dualidade que se unifica e se solidifica em cor. Já não sinto peso, sinto a chuva lavando o meu corpo e levando pra longe tudo aquilo que não permance, e não me pertence. Sinto por não ter percebido isso antes. Eu sinto. E pinto, nessa tarde monocromática, com minhas cores preferidas, as razões dos meus sentidos.
Hoje eu sei. Minha paz é colorida! E é só minha..